ABSTRACT
A Amazônia é conhecida pela elevada prevalência de infeccão pelo vírus da hepatite B, contribui também com mais de 90 por cento dos casos de malária do país. É proposto que a ocorrência de co-infeccões seja importante e que na associacão ocorram alteracões na história natural dessas enfermidades. O estudo avalia 545 pacientes com malária, em Coari, AM: 333 (61,1 por cento) pelo Plasmodium vivax, 193 (35,4 por cento) pelo Plasmodium falciparum e 19 (3,5 por cento) com infeccão mista. A prevalência do AgHBs foi 4,2 por cento e a do anti-HBc total 49,7 por cento. Os pacientes sororreativos para o VHB, não apresentaram diferencas clínicas dos outros pacientes com malária, nem associacão a sinais clássicos de comprometimento hepático. Apesar de não ter sido detectada associacão estatisticamente significativa, os indivíduos AgHBs reativos apresentaram baixas parasitemias e índices de reatividade de anticorpos mais elevados, sugerindo a possibilidade da resposta imune em um indivíduo co-infectado ser diferenciada e favorecer variacões em relacão à parasitemia e producão de anticorpos.
Subject(s)
Adolescent , Adult , Middle Aged , Animals , Humans , Male , Female , Hepatitis B virus/immunology , Hepatitis B/complications , Malaria/complications , Plasmodium/immunology , Acute Disease , Antibodies, Protozoan/blood , Brazil/epidemiology , Enzyme-Linked Immunosorbent Assay , Hepatitis B Antibodies/blood , Hepatitis B Surface Antigens/blood , Hepatitis B/epidemiology , Hepatitis B/immunology , Malaria/epidemiology , Malaria/immunology , PrevalenceABSTRACT
A Amazônia é conhecida pela elevada ocorrência de hepatite B e suas seqüelas. Contribui também com mais de 98 por cento dos casos de malária do país. Apesar de controvérsias, é proposto que quando associadas ocorram alterações na história natural das duas patologias. Este estudo estima a prevalência de prováveis coinfecções em população geral de área endêmica de ambas infecções na Amazônia Brasileira. A taxa de portadores do AgHBs encontrada foi de 3,3 por cento (IC 95 por cento 2,1 por cento a 5,1 por cento,), e a do anti-HBc total 49,9 por cento (IC 95 por cento 45,9 por cento a 53,8 por cento). A prevalência de anticorpos contra antígenos do Plasmodium vivax e Plasmodium falciparum foi de 51,4 por cento (311/605) (IC 95 por cento 47,3 por cento a 55,4 por cento). Em relação à presença simultânea de anticorpos contra antígenos do Plasmodium vivax e Plasmodium falciparum com marcadores do VHB, 1,8 por cento (11/605), (IC95 por cento 1,0 por cento a 3,3 por cento), apresentavam também o AgHBs, tendo estes em média 26 anos de idade (p<0,001). Este estudo aponta semelhanças na distribuição dessas enfermidades como, a ocorrência preferencialmente entre adulto jovens. Os eventos provavelmente ocorrem em momentos distintos. Mostra também diferenças como, o baixo risco de malária entre menores de quinze anos, onde o VHB circula com moderada intensidade. As taxas de coinfecções são provavelmente menores que as de portadores do AgHBs, apresentando padrão heterogêneo em relação ao espectro clínico da infecção pelo VHB.